Por Mariana Bispo, TV Globo

02/12/2023 05h01 Atualizado 02/12/2023

Queimados e Magé estão entre as cidades com maior1️⃣ número de infectados por HIV no país

As cidades de Queimados e de Magé, ambas na Baixada Fluminense, estão entre os1️⃣ cinco municípios do país com o maior número de pessoas infectadas pelo vírus HIV. Segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado1️⃣ pelo Ministério da Saúde, as cidades ocupam, respectivamente, os 3º e 5º lugares desse ranking.

De acordo com um levantamento da1️⃣ Secretaria Estadual de Saúde, 3.562 pessoas foram diagnosticadas com a infecção do HIV no estado do Rio de Janeiro nos1️⃣ primeiros dez meses de 2023. O número representa uma queda de 18% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar1️⃣ da redução no número de diagnósticos, a quantidade de pacientes que iniciam o tratamento ainda preocupa as autoridades de saúde.1️⃣ Das mais de 140 mil pessoas que viviam com HIV no RJ em 2023, 37% não estavam em tratamento.

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A1️⃣ população mais jovem, entre 15 e 24 anos, que vive em vulnerabilidade social, é o grupo que mais preocupa. Nos1️⃣ últimos 10 anos, em todo o país, 52 mil jovens entre 15 e 24 anos com HIV evoluíram para a1️⃣ síndrome da imunodeficiência adquirida, a Aids.

O dado revela a necessidade de garantir a adesão dos pacientes à terapia antirretroviral (Tarv),1️⃣ um conjunto de ações que garante o controle da doença e preveni a evolução para a Aids. A infectologista Tania1️⃣ Vergara explica que o tratamento está disponível para todos na rede pública de saúde.

"O tratamento tá disponível, o diagnóstico tá1️⃣ disponível, mas precisa que se chegue lá. Precisa que você tome o remédio, a adesão é indispensável. Se você não1️⃣ chega, não toma o remédio, não faz o exame, não vai ao médico você vai ficar doente igual aquele paciente1️⃣ que ficou doente lá atrás. Não adianta fugir! Fugir do diagnóstico é igual fugir de um trem correr na linha1️⃣ do trem na frente dele, ele vai passar por cima de você. É melhor correr pro lado", disse Vergara.

Mês de1️⃣ conscientização

A falta de informação sobre o vírus HIV atrasa e muito a qualidade de vida do paciente. O problema pode1️⃣ impedir, por exemplo, que ele busque o diagnóstico, o tratamento, fazendo com que o caso evolua para Aids, o estágio1️⃣ mais avançado da infecção.

Laço vermelho, símbolo de solidariedade na luta contra a discriminação de pessoas portadoras de HIV —

:1️⃣ Eduardo Andrade.

Dezembro é o mês de conscientização contra a Aids. E lutar contra a desinformação é o trabalho da Agatha1️⃣ Tariga, de 42 anos, que coordena uma rede nacional de combate ao vírus HIV, a Rede Nacional de Mulheres Travestis1️⃣ e Transexuais e Homens Trans Vivendo e Convivendo com HIV/Aids (RNTTHP).

"Eu espero que não seja só um dezembro para pensar1️⃣ sobre HIV. Eu espero que seja o ano inteiro, porque nós estamos nos contaminando o ano inteiro, procurando ajuda o1️⃣ ano inteiro. São pessoas que acabam vindo a óbito o ano inteiro. Por isso que deveria ter mais conscientização", disse1️⃣ Agatha Tariga.

Qualquer pessoa sexualmente desprotegida pode ser infectada pelo vírus HIV. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços1️⃣ de saúde do SUS. No Rio, a testagem e as medicações preventivas e de pós exposição ao vírus, conhecidas como1️⃣ PEP e PREP, podem ser feitas nas clínicas da família.

"Essa luta é uma luta para possibilitar que pessoas que venham1️⃣ a se descobrir não precisem sofrer, não precisem viver o isolamento, nem achar que tudo acabou".

"Esse é um vírus que1️⃣ hoje tem tratamento. Então as pessoas que descobrem cedo, tratam cedo e tem uma qualidade de vida boa. Isso é1️⃣ muito importante", explicou Marcelo Villard, coordenador geral do Grupo Pela Vida.

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